O setor elétrico brasileiro deve receber investimentos de cerca de R$ 365 bilhões até 2030, disse nesta segunda-feira o diretor-geral da ANEEL, André Pepitone, durante o evento virtual World HVDC Week 2021.
A estimativa contempla novos investimentos em geração centralizada (R$ 182 bilhões), em Transmissão (R$ 90 bilhões) e geração distribuída (R$ 93 bilhões). “O Brasil será um canteiro de obras do setor elétrico até 2030”, disse Pepitone.
Ele ressaltou que a qualidade da regulação na ANEEL – reconhecida pela OCDE e por agências de risco como Standard & Poor´s e Moody´s – garante segurança para atrair investimentos ao setor.
“Fazemos regulação com foco em agregar valor para a sociedade”, disse Pepitone. Segundo ele, desde a criação da ANEEL, o setor elétrico brasileiro já recebeu investimentos de R$ 934 bilhões.
A uma plateia internacional, Pepitone destacou a robustez do sistema de transmissão do Brasil, país que tem dimensões continentais. “Quando colocado sobre o mapa da Europa, nosso sistema de transmissão cobre quase todo o território europeu”, destacou.
Para dar um exemplo da solidez do sistema, Pepitone lembrou da Linha de Transmissão Tucuruí-Macapá-Manaus, com suas gigantescas torres para cruzar o Rio Amazonas na altura da cidade de Almeirin (PA).
“Ambas possuem aproximadamente 295 metros de altura com um vão de 2 km entre elas. São quase tão altas quanto a Torre Eiffel, em Paris”, disse.
A expansão do sistema é contínua nos últimos anos, graças a aprimoramentos feitos pela ANEEL em 2016 que garantem a atratividade dos leilões de novas linhas de transmissão.
Em 2016, por exemplo, o WACC estimado passou de 4,60% para 8,04%. Os prazos para construção das linhas foram ampliados e passaram a ser mais aderentes à realidade dos empreendedores. Com isso, reduziram-se os riscos e os resultados vem sendo colhidos nos últimos leilões, com todos os lotes ofertados arrematados e elevada competição entre os agentes, levando a custos menores para os consumidores.
Pepitone destacou outras medidas da agência que tornam ainda mais favoráveis os investimentos em transmissão, tais como: o incentivo contratual à antecipação e à entrada parcial de instalações independentes, a introdução das cláusulas contratuais que tratam da Matriz de Riscos, a Disciplina contratual para casos fortuitos e/ou de força maior e a Possibilidade do Poder Concedente avocar ao Órgão Ambiental Federal empreendimento de interesse sistêmico.