Com o nível dos reservatórios abaixo dos valores históricos nas principais bacias do Sistema Interligado, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico decidiu manter o despacho térmico elevado e a importação de energia. O CMSE também discutiu em reunião extraordinária nesta segunda-feira, 16 de novembro, a necessidade de operação a fio d’água das usinas hidrelétricas Furnas e Mascarenhas de Moraes, para garantir o suprimento de energia à população.
Outras medidas adicionais em andamento ou em avaliação também foram anunciadas pelo comitê, como a reprogramação de manutenções em unidades geradoras, aumento da disponibilidade de combustível para as termelétricas e avaliações sobre a flexibilização de restrições hidráulicas existentes.
A proposta de acionamento das UHEs foi apresentada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico. A operação a fio d’água de Furnas deve ocorrer quando o reservatório alcançar a cota de 756 metros (23% do volume útil), quando, pela regra operativa ela começa a operar a fio d’água, com perdas energéticas da ordem de 3.300 MWmed.
Para Mascarenhas de Moraes, a cota seria de 656,7 ( também correspondente a 23% do VU). Segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, o volume útil de Furnas atingiu na última terça-feira, 10 de novembro, 23,98%, enquanto Mascarenhas alcançou na mesma data 28,78%.
“Apesar dos prejuízos advindos da violação de regra operativa amplamente discutida pelo setor elétrico brasileiro com os demais atores envolvidos, os membros do CMSE reconheceram que tem sido verificadas as piores afluências do histórico em relevantes bacias para geração de energia hidrelétrica, incluindo a bacia do rio Grande, o que tem demandado o despacho de todo o parque termelétrico disponível, sendo indispensável a geração adicional nas usinas hidrelétricas Furnas e Mascarenhas de Moraes para preservar a garantia do suprimento de energia elétrica à população”, informou em nota o Ministério de Minas e Energia.
A decisão será comunicada à ANA e a outras instituições envolvidas na questão do uso da água, e o ONS deverá reavaliar a estratégia de operação para o período úmido que vai de dezembro de 2020 e abril de 2021. Na semana passada, a agência reguladora solicitou esclarecimentos ao ONS sobre o cumprimento da proposta de regras operativas no período chuvoso, para atenuar a redução do nível dos reservatórios das usinas. Em ofício, a ANA demonstrou preocupação com a situação atual do armazenamento das usinas, tendo em vista as necessidades dos diversos usuários.
Fonte: www.canalenergia.com.br